terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Boa intenção

Passava das 10h da manhã quando ele contou os trocados e colocou no bolso. A carteira na mesa foi para o outro bolso sem servir para os trocados. Óculos de sol, uma olhada no espelho, faz uma expressão de "É... nada mal". Será que vou de chapéu ou boné?, pensou. Decidiu ir sem nada. Não sem antes olhar pela janela e ver ao fundo o terminal do Guadalupe e a igreja na parte de trás. Na porta o molho de chaves. Retirou-o, abriu a porta e ja do lado de fora fechou a mesma.

Um corredor o levava até a metade do prédio e ali um elevador seria acionado, não sem antes apreciar o lado dos fundos do apartamento em que  avistava o Shopping Estação. Que dia bonito, pensou. Fazia um dia com sol, mas ele sempre via os dias, mesmo nublados e pensava a mesma coisa... Que dia bonito. Seu otimismo não combinava muitas vezes com seu estado de espírito, mas ele ouvira e acreditara que imprimir pensamentos bons sobre as coisas ao seu redor, ajuda e transformar o cinza dos dias em dias pouco mais iluminados.

Elevador chega, entra, dá bom dia para o também sorridente companheiro da breve viagem, aperta o T. "Já pensou se o elevador pára com a gente aqui dentro?" indaga. "Nunca aconteceu comigo" é a resposta. Uma passada de mão no cabelo que tem um aspecto, apesar da natureza lisa, um pouco ondulado e lembra-se da mãe dizendo: "Deixa crescer a vai ficar igual do tio Ambrózio... puuuuro alemão". Sorri com a lembrança. O elevador chega ao destino, despede-se do companheiro, mas desta vez em pensamentos, pois a porta já estava aberta e como havia um senhor esperando para subir não ficaria bem vê-lo conversando consigo mesmo.

Deixou o senhor entrar no elevador, fechou a porta e dirigiu-se ao porteiro: "Bom dia, Seu Italvir. Feliz ano novo", ao que o porteiro com seu jeito tímido respondeu: "Dia... Feliz ano novo tamém".

Seguiu pelo corredor em direção a saída do prédio e quando chegara perto da porta, aberta pelo porteiro, entrava por ela uma moça que em sua gentileza, esperou que ele se aproximasse e passasse sem que o Seu Italvir precisasse acionar o botão de liberação do imã.

Bom dia, obrigado... Feliz ano novo, disse para a moça e esta apenas sorriu. Talvez por ser uma daquelas pessoas que alugam casas e apartamentos por aplicativos e tenham outro idioma ou talvez por medo de responder e a conversa se estender por infinitos cinco minutos e isso revelaria claramente que a moça em questão seria uma nativa da capital ou mora aqui a mais de dez anos. Cordiais, ambos seguiram, cada um para seu rumo.

"Agora vão querer dizer que o homem é descendente do macaco... a pastora falou uma meia hora hora na pregação de ontem afirmando que é um absurdo" esbravejava a gari debaixo de uma marquise, em sua pequena pausa em um áudio, talvez para um amigo, amiga ou quem sabe para um grupo? Ao certo não sei, mas se Darwin ouvisse a discussão talvez ele mesmo colocasse em cheque sua teoria da evolução. Deixo pra você imaginar de onde vinha e pra onde iria aquela arguição.

Mais alguns passos ele seguiu e quando passava por alguns estudantes que gozavam do intervalo do curso de manipulação de alimentos, de posse de seus cigarros, cujas carteiras estampavam em seu verso; BROXA, ele ouviu um senhor que aparentava ter uns 60 anos, mas que não passava de 42 e meio: "Juro pra vocês... quero cinquenta centavos pra comprar um goró... Comigo não tem essa de dizer que quero dinheiro pra comprar cafézinho... eu quero é pinga mesmo"... Naturalmente cada um olhou para o outro e provavelmente tiveram várias conclusões paradoxais: "Se fosse pra café eu dava" e o outro "Ao menos está sendo sincero, mas meu senhor... só ando com cartão". Não, o senhor, digo, moço dos 42 e meio não arrancou a maquininha para obter o financiamento coletivo para seu bel prazer.

Nosso herói deixou esse burburinho sumir num fade out até se aproximar do semáforo. ao lado ainda observara o vendedor de frutas e verduras numa pequena barraquinha daquelas de camelôs em seus argumentos para a senhorinha que apalpava as frutas e perguntava quando haviam sido colhidas aquelas goiabas e aquelas laranjas... e este abacaxi... é fácil de descascar?

Aproveitou que o sinal para pedestres estava aberto nas duas ruas e cruzou em diagonal. Em frente ao terminal dava passagem aos ônibus que saiam em direção das cidades da região metropolitana. Mais alguns passos, o cheiro de pastel tomavam o ambiente. cruzou mais uma ruela e entrou: "Bom dia", disse para a atendente. "Bom dia senhor... em que posso ajudá-lo?" respondeu ela com sorriso no rosto e uma voz cheia de ternura. "Quero pedir uma missa"... "Na intensão de quem?" esperava ela e ele depois de pensar um pouco respondeu: "Aos garis que absorvem sujeiras diárias e aos moribundos que em sua honestidade, nos tiram de nossos pedestais e nos fazem olhar para o outro com mais compaixão... aos que compram goiabas e engolem laranja com bagaço e tudo" (Dizem os nutricionistas que é melhor que tomar o suco pois neste não tem as fibras"  Algo mais? "Ah... coloca aí pelos finados do mês".

quarta-feira, 9 de março de 2011

Grito!

Tenho estado muito propício para um certo tipo de manifestação!
Acho que por que ontem (08) foi ontem e que hoje a vida continua a brilhar!

Ando poético,
sorrio por vezes
falo alto, faço silêncio no segundo seguinte,
falo baixo na sequência, mesmo que ninguém ouça.

Continuo sempre a proferir palavras que surgem do coração
e por vezes penso: Ih... to falando pra ninguém!
anoto num pequeno bloquinho minhas elocubrações e depois as deposito aqui, no face ou twitter.

Já me alertaram:
"Você fala demais, Fernando!"

Então a força se esvai,
a respiração fica lenta,
sinto os olhos rasos d'agua,
sou tomado por um novo silêncio ensurdecedor

Respiro fundo, Calo fundo, Me calo ao mundo, a brisa seca o rosto e a vida segue!



terça-feira, 8 de março de 2011

Às mulheres


Sem Palavras

Tu és um raio brando em meu viver
Em ti me encontro
Nas flores belas, vejo tua luz e respiro seu ar de menina/mulher

Num salto em busca do sono, mergulho em lágrimas coloridas.
No soluço consequente, o recado contendo todas as palavras.
Num toque, a voz soprosa e doce, e nela, o eco do que eu diria.

"me abres sempre pétala por pétala como a primavera abre
(tocando sutilmente, misteriosamente) a sua primeira rosa"
Assim, adormeço e desperto tocado pelo semblante do novo dia.

"Ceguei! Ceguei da tua luz!"
Agora, mais que ontem e menos que amanhã,
torno-me forte e te fortaleço,
braços ao vento, prontos para o abraço,
espero-te no menor espaço de tempo, entre uma descoberta e outra.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Inspiração


Se tem uma coisa que não podemos lutar contra é com a falta de inspiração! Por vezes achamos que todas as idéias "secaram", sumiram ou sei lá pra onde foram! Com estes pensamentos tive a seguinte analogia:

A inspiração é como menstruação... ela não vem a qualquer momento. Vem quando tem que vir e por vezes, quando demora... o bicho pega, bate um desespero!

Apenas uma teoria!


Há um ano fiz um trabalho de conscientização no litoral do Paraná e acabei pensando numa teoria sobre as miseráveis bitucas de cigarro na cidade de São Paulo!

A capital de São Paulo possui uma população de 10.434.252 (fonte IBGE)!

Imagino que se apenas 1 milhão desses 10 fume! Em apenas UM DIA vejamos no que pode acontecer:

Uns podem fumar uma carteira de 20 cigarrinhos, outras pessoas apenas meia carteira o que daria uma "média" de 10 milhões de cigarrinhos acendidos diariamente.

Vou ser aqui beeeem otimista e colocar apenas 10% de educados que acabam jogando suas bitucas no lixo, sobram em torno de 90% totalizando cerca de 9 milhões de bitucas pelo chão!

Agora multipliquemos 9.000.000 x 365 dias = 3.285.000.000 (por ano)! Isso mesmo... Três Trilhões e Duzentos e oitenta e cinco milhões de miseráveis bitucas mandando ver nos boeiros da maior capital brasileira!

Detalhe: a decomposição leva cerca de dois anos... enquanto isso...!

Pensemos!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Coti Diana Mente

Ser humano é um bicho QUE RECLAMA!

Se chove, quer sol. Esquenta, quer frio.
Ta desempregado, quer trabalho.
Consegue, quer férias!
Tá a pé, quer carro!
Consegue, reclama do ...trânsito!
Se estressa com sinal vermelho, mas quando abre...
-Hã, abriu??? nem tinha reparado!

"Pô... bem que podia ter um sinalizadorzinho sonoro praavisar né?"
"Biiiiiiiiiip"
"Hey, vai buzinar na orelha da tua mãe!!!"

Antigamente (uns dez anos atrás nao se tinha internet com tanta acessibilidade como WiFi) e
hj... já que tem... VOU TE CONTAR HEIN... ESTE SERVIDOR TA UMA PORCARIA... QUE M&*$# hein!

E assim com a minha humanidade!

Boa noite, bom dia, boa tarde... sem stress, sem reclamação e com melhor qualidade de vida!

F. K. (na madruga)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quase uma canção

Pensamentos aleatórios e concêntricos

Os relacionamentos podem ser comparados às formas de representação!

Antigamente o casamento era como um filme, ou seja, uma vez registrado, se tornaria eterno. Alguns viravam clássicos que 50 ou 60 anos depois novas gerações ainda admiram! E o vento Levou... para sempre!

Depois estes relacionamentos foram se transformando em novelas, séries e ou mini-séries... Alguns chegavam a durar de cinco a dez temporadas, mas acabava... Os atores recebiam novas propostas. Ambos então viravam bons Friends ou ficavam Lost!

Hoje em dia observo os relacionamentos como teatro... Fazemos alguns testes, passamos nuns, reprovamos noutros, não concordamos em interpretar um árvore, mas são ossos do ofício... Resumindo: Essencialmente a efemeridade impera!

E você... se enquadra ou gostaria fazer parte desses momentos?

Ah... Não vale realityshows... (Pelamorde)